15 de jun. de 2010

A síndrome do gafanfoto


No mundo inteiro, a águia é símbolo de nobreza. Pela sua força, alteza e vigor, ela desponta-se como campeã indiscutível deste símbolo de grandeza. A águia é forte, viva, corajosa, vencedora, símbolo daqueles que esperam no Senhor.

O povo de Deus é como a águia. Um povo forte, guerreiro, vencedor, que triunfa sobre as tempestades, que não teme o perigo, nem se intimida com as ameaças do adversário. É um povo que marcha altaneiramente, rompendo barreiras, vencendo grilhões, conquistando as alturas, refugiando-se nos braços do Deus Todo-Poderoso.

No entanto, percebemos que existem hoje muitos cristãos vivendo de forma diferente. Ao contrário da águia, são tímidos, fracos, impotentes, dominados pelo medo. Longe de triunfar nas crises, naufragam vencidos e caminham pela vida cabisbaixos, derrotados e tristes. São como os 10 espias de Israel. Eles eram príncipes, nobres, homens de valor. Foram escolhidos por serem homens fortes e inteligentes. Moisés os enviou para conhecer a terra que Deus lhes prometera, terra que mana leite e mel. Eles constataram que a terra era realmente como Deus já havia dito. Mas, ainda assim tiveram medo. E no relatório disseram que lá havia gigantes ameaçadores e imbatíveis, e que aos olhos deles eles eram como gafanhotos. Eram príncipes, mas sentiram-se desprezíveis; eram valorosos, mas sentiram-se como insetos; foram tomados por um sentimento doentio de autodesvalorização e, consequentemente, de impotência.

Há hoje um batalhão de pessoas com o mesmo sentimento dos espias. Pessoas que diante dos “gigantes” da vida se vêem como gafanhotos. Pessoas derrotadas pela síndrome do gafanhoto. Acham que nada vai dar certo, que não adianta lutar, e que estão engajadas numa causa perdida.

Vejamos em Nm. 13 e 14, o que produz esta síndrome de gafanhoto:
I – Os sintomas da síndrome de gafanhoto

1º - Senso de fraqueza – “Não podemos subir...” (Nm. 13:31) Estes homens anularam a Palavra de Deus, duvidaram do Seu poder e só enxergaram os obstáculos.

2º - Complexo de inferioridade – “...porque é mais forte do que nós”. (Nm. 13:31) De fato, as cidades que eles deviam conquistar eram grandes, mas Deus é maior. Os gigantes eram fortes, mas Deus é o Todo-Poderoso.

3º - Arautos do caos – “E diante dos filhos de Israel infamaram a terra” (Nm. 13:31). Quando as pessoas estão contaminadas por este vírus maldito do pessimismo, elas difamam a Deus e desprezam suas bênçãos. Escarnecem das promessas divinas e se tornam pregoeiras do desânimo.

4º - Fraca auto-estima – “...e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos...” (Nm. 13:33). Eles eram príncipes, mas se encolheram.

5º - Visão distorcida da realidade – “...éramos gafanhotos aos seus olhos” (Nm. 13:33). Eles sentiram-se indignos, menos que príncipes, menos do que homens, menos do que gente, gafanhotos, insetos.



II – Os efeitos da síndrome de gafanhoto.

1º - Induz o povo ao desespero – “... E o povo chorou aquela noite” (Nm. 14:1).

2º - Induz o povo à murmuração – “Todos os filhos de Israel murmuraram...” (Nm. 14;2).

3º - Induz o povo à ingratidão – “... antes tivéssemos morrido no Egito” (Nm. 14:2).

4º - Induz à insolência contra Deus – “E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada...” (Nm. 14:3).

5º - Induz à apostasia – “Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?” (Nm. 14:3).

6º - Induz à amotinação – “Levantemos a um para nosso capitão, e voltemos para o Egito” (Nm. 14:4).

7º - Induz à rebeldia contra Deus – “Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor...” (Nm. 14:9).

8º - Induz ao medo inimigo – “... e não temais o povo dessa terra... “ (Nm. 14:9).

9º - Induz à perseguição contra a liderança instituída por Deus – “... toda a congregação disse que os apedrejassem” (Nm. 14:10).



III – O que fazer quando se constata que o povo está afetado pela síndrome de gafanhoto?

1º - Quebrantar-se diante de Deus – “Então Moisés e Arão caíram sobre os seus rostos... e Josué e Calebe rasgaram as suas veste...” (Nm. 14:5,6).

2º - Firmar-se nas promessas infalíveis da Palavra de Deus – “A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa” (Nm. 14:7).

3º - Conhecer as estratégias de Deus para a vitória –
a) “Se o Senhor se agradar de nós...” (Nm. 14;8) Quando Deus se agrada do seu povo, ele se torna imbatível.
b) “...o Senhor é conosco; não os temais” (Nm. 14:9). A nossa vitória não advém da nossa força, mas da presença de Deus conosco.
c) “Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor...” (Nm. 14:9).

IV – Como Deus trata a questão da síndrome de gafanhoto no meio do seu povo?

1º - Deus traz livramento aos que crêem na sua Palavra – Nm. 14:10.

2º - Deus mostra cansaço com a incredulidade do povo diante de tantos sinais do Seu favor e da Sua bondade – Nm. 14:11.

3º - Deus perdoa o povo em resposta à oração – Nm. 14:20.

4º - Deus não retira as consequências do pecado – Nm. 14:21-23.

5º - Deus galardoa os que crêem na sua Palavra – Nm. 14:24,25.

Nós somos o povo de Deus e não gafanhotos. Temos de confiar inteiramente n’Ele.


Extraído do Livro “Voando nas Alturas” de Hernandes D. Lopes – Editora Candeia

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