Se as pessoas nos conhecessem como Deus nos conhece  ficariam escandalizadas. Se as pessoas pudessem ler todos os nossos  pensamentos, ouvir todas as vozes que abafamos dentro de nós e escutassem  todos os desejos do nosso coração afastar-se-iam de nós com assombro.
Somos, muitas vezes, um ser ambíguo e contraditório. Queremos uma coisa e  fazemos outra. Exigimos dos outros aquilo que nós mesmos não  praticamos. Condenamos nos outros aquilo que não temos coragem de  confrontar em nós mesmos. Para manter nossas aparências usamos máscaras,  muitas máscaras. 
Se você diz que nunca usou uma máscara, é muito  provável que esteja acabando de afivelar a máscara da mentira em seu  rosto. Algumas máscaras são muito atraentes. Encantam as pessoas. Elas  passam a nos admirar não por quem somos, mas por quem aparentamos ser.
O  profeta Samuel ficou impressionado com Eliabe, filho mais velho de  Jessé, e pensou que estava diante do ungido de Deus. Mas, o Senhor lhe  corrigiu dizendo: “Não atenteis para a sua aparência, eu vejo o  coração”. Vamos, aqui descrever três máscaras que ostentamos:
1. A máscara da piedade. O apóstolo Paulo em  2Coríntios 3.12-18 fala que nós não somos como Moisés, que colocava véu  sobre a face, para que as pessoas não atentassem para a glória  desvanecente do seu rosto. Moisés foi um homem ousado. Enfrentou com  grande galhardia Faraó e seus exércitos. Liderou o povo de Israel em sua  heróica saída do cativeiro. Porém, houve um dia em que Moisés deixou de  ser ousado e colocou uma máscara. Foi quando desceu do Monte Sinai. Seu  rosto brilhava. Então, colocou um véu para que as pessoas pudessem se  aproximar dele. De repente, Moisés percebeu que o brilho da glória de  Deus estava se desvanecendo de seu rosto. Porém, ele continuou com o  véu. Ele não queria que as pessoas soubessem que a glória estava  acabando. Moisés manteve o véu para impressionar as pessoas. Ele usou a  máscara da piedade. Muitas vezes as pessoas ficam impressionadas com a  beleza das máscaras que usamos. Elas ficam admiradas da propaganda que  fazemos da nossa espiritualidade. Pensam que por trás do véu existe uma  luz brilhando, quando na verdade, esse brilho já se apagou a muito  tempo.
2. A máscara da autoconfiança. O apóstolo Pedro era  um homem de sangue quente. Falava muito e pensava pouco. Um dia, disse a  Jesus que estava pronto a ir com ele para a prisão. E mais: ainda que  todos os demais discípulos o abandonassem, ele jamais faria isso, pois  estava pronto a morrer por Jesus. Pedro pensava que era melhor e mais  consagrado do que seus condiscípulos. Era do tipo de crente que confiava  no seu taco. Dizia com todas as letras: a corda nunca roe do meu lado.  Mas, aquela máscara tão grossa de autoconfiança não passava de um fina  camada de verniz de consumada covardia. Quando foi colocado à prova,  Pedro dormiu em vez de vigiar. Pedro abandonou Jesus em vez de ir com  ele para a prisão. Pedro seguiu Jesus de longe, em vez de estar ao lado  de seu Mestre. Pedro negou a Jesus em vez de morrer por ele. Não é  diferente conosco. Passamos uma imagem de que somos muito firmes e  fiéis. Até fazemos propaganda de nossa fidelidade incondicional a Jesus.  Mas, não poucas vezes, essa autoconfiança não passa de uma máscara para  impressionar as pessoas.
3. A máscara da hipocrisia. Os fariseus eram os  santarrões que tocavam trombetas acerca de sua espiritualidade. Faziam  propaganda de sua piedade. Julgavam-se melhores do que os outros.  Achavam que só eles eram fiéis. Quem não concordasse com eles, estava  riscado do seu mapa. Eram especialistas em ver um cisco no olho de outra  pessoa, mas não enxergavam a trave que estava em seus olhos. Porém,  toda aquela aparência de santidade não passava de uma máscara de  hipocrisia. A espiritualidade dos fariseus era só casca, apenas  propaganda falsa. Jesus chamou os fariseus de hipócritas, ou seja,  atores que representam um papel. Disse, ainda que eles eram como  sepulcros caiados, bonitos por fora, mas cheios de rapina por dentro.
Precisamos humildemente entender que somente pelo poder do Espírito  Santo poderemos remover essas máscaras. Precisamos ser o que somos realmente. Vamos começar a fazer isso?
www.hernandesdiaslopes.com.br/